Data-driven: o poder da decisão baseada em dados

Ser data-driven significa que você, ou sua empresa, toma decisões a partir de uma base sólida de informações, ao invés do uso de suposições e crenças.

Para entender melhor o que este universo infinito dos dados pode oferecer de oportunidades, primeiro é necessário contextualizar dois conceitos intimamente conectados mas muito diferentes entre si: a coleta de dados e a análise dos dados.

A simplicidade da expressão “coleta de dados” esconde atrás dela a difícil tarefa de decidir quais dados coletar. Segundo o Instituto Gartner, até 2020, foi gerado em média 2,2 milhões de terabytes de novos dados todos os dias. Ou seja, decidir quais dados serão necessários coletar não é uma decisão simples, e depende muito mais de um vasto conhecimento sobre o poder informativo dos dados do que do conhecimento sobre o assunto que se deseja analisar.

Vencida a fase de coleta dos dados, entramos no universo da análise destes dados, que pode ser traduzido em “à que perguntas buscamos respostas?”, que é muito diferente da abordagem “o que estes dados coletados estão querendo me dizer?”. Saber exatamente qual o tipo de abordagem você ou sua empresa buscam com os dados irá, inclusive, determinar a estrutura e a estratégia de coleta. Neste sentido contar com profissionais especialistas no assunto passa a ser quase que uma demanda obrigatória se o seu objetivo é tomar decisões baseadas em dados de forma eficiente.

O filme Moneyball – O Homem que Mudou o Jogo (2011) é uma aula de gestão de negócios e mostra exatamente como uma cultura data-driven pode gerar mudanças significativas nos resultados da empresa, ao mesmo tempo em que enfrenta grande resistência daqueles que insistem no uso de métodos arcaicos e ineficazes de tomada de decisão. Trata-se de um filme bastante profundo centrado na figura do gerente geral de um time de beisebol da liga profissional americana (MLB) que decide reconstruir o seu time baseado unicamente no custo-benefício e nos indicadores estatísticos dos jogadores da liga, definidos e calculados por um especialista em análise de dados.

A força do filme está em mostrar a figura carismática de um analista de desempenho do esporte, acima do peso, e que nunca havia jogado beisebol, mas que conhecia profundamente sobre como extrair o máximo de conhecimento dos dados coletados. Além disso o filme mostra como preconceitos e estigmas de aparência são questões presentes e limitantes na busca por resultados dentro de uma empresa que não se baseia fortemente na análise de dados para suas decisões.

Mas então como aplicar essas teorias do filme na vida real de uma empresa? O segredo está na capacidade de padronizar, organizar e analisar os dados disponíveis utilizando técnicas estatísticas avançadas que poderão apresentar aspectos até então ocultos a “olho nu”.

Investir em profissionais capacitados no assunto, os chamados Cientistas de Dados ou Analistas de Desempenho, torna-se então uma questão ainda mais relevante do que investir em poderosos e caros sistemas de informação que poucos, ou ninguém, na sua empresa saberá extrair o potencial oferecido por estas ferramentas.

A construção de uma cultura data-driven requer um tripé muitas vezes negligenciado por grande parte das empresas: a contratação de profissionais capacitados com salários à altura de sua especialização, tempo para estruturação de uma espinha dorsal de conhecimentos sobre os dados e, por fim, o apoio da alta gestão que deve estar realmente conectada com o propósito e ciente de que sua participação efetiva na transformação da cultura da empresa é ponto chave para o sucesso desta empreitada.


Leonardo Martins

"Formado em Ciências da Computação e pós-graduado em Administração, especialista em ciência de dados.

Amante do futebol, sou certificado em Análise Tática e Análise de Desempenho no Futebol pelo Barcelona Innovation Hub e pela Universidade do Futebol, além de cursos na CBF.

Atualmente meu foco é no desenvolvimento de novas formas de enxergar o futebol através dos números, ajudando a melhorar o desempenho de equipes e jogadores."